Deputada Valéria Bolsonaro vota contra PLC 26/2021, que acaba com diversos direitos dos funcionários públicos

Defendendo o funcionalismo público, a Deputada Estadual Valéria Bolsonaro (PRTB) votou nesta terça-feira, 19, em sessão da Alesp, contra a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 26/2021, do Governador de São Paulo, João Doria, que altera de modo prejudicial diversas regras para os funcionários do Estado.

Era necessário o mínimo de 48 votos e a proposta foi aprovada por 50 votos a favor e 29 contrários. Valéria, professora por mais de 30 anos, ficou indignada com o resultado, e durante seu discurso falou sobre o projeto, segundo ela, “mal feito e que não traz benefício a nenhum cidadão de São Paulo”.

O texto, enviado em regime de urgência em agosto, altera pontos como bonificação por resultado, acaba com a possibilidade de faltas abonadas e cria regra para contratar servidores temporários em caso de greve, dentre outros. A primeira sessão de debate do tema foi realizada no dia 21 de setembro e mais duas reuniões ocorreram nas semanas seguintes. Na semana passada, o debate foi adiado.

Em todas as ocasiões onde o projeto foi ao plenário, servidores protestaram em frente à Alesp. Eles pediam que os deputados retirassem o texto da pauta. Diante do cenário, a Deputada Valéria sempre se posicionou contrária ao PLC, entendendo que o Governador persegue os funcionários públicos, em especial a sua classe (professores e profissionais da Educação) e a classe policial.

Durante seu discurso em tribuna, a parlamentar reforçou que será diminuída a porcentagem paga as pessoas que trabalham em situação de insalubridade, o que é inadmissível.

“Tenho certeza que o Governador nunca trabalhou em uma situação como a dessa gente, pra sentir na pele o quão é difícil estar ali todos os dias. Eu gostaria de entender o porquê ele (Doria) quer colocar dentro do Governo uma controladoria, que vai ficar perseguindo os funcionários, recebendo denúncias, investigando, julgando e condenando um funcionário púbico, que tanto trabalha pelo Estado?

Isso sem contar o desvio de função para exercer esse serviço. É uma total falta de sensibilidade e vontade de destruir o que é feito de bom pelos profissionais”, discursou. Mudanças para os servidores públicos Nos últimos dois anos, essa será a terceira grande mudança para o funcionalismo estadual.

A primeira foi a reforma da Previdência de SP, que passou a valer em março de 2020; a segunda foi a lei que altera, entre outros pontos, o plano de saúde dos servidores gerenciado pelo LAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo). O abono não será incorporado ao salário, isso significa que o dinheiro não será incorporado ao salário dos servidores.

Além disso, o governador não concedeu o benefício a outros trabalhadores da educação, como agentes escolares. Além disso, o PLC retirou as faltas abonadas (as quais os servidores tinham direito a seis ao ano – sem justificativa), extingue o reajuste do adicional de insalubridade com base no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) – estimativa de redução de 40% nos ganhos, chegando a 50% no caso dos funcionários da saúde – e revoga a possibilidade de pagamento dessa “vantagem” nos afastamentos por meio de licença-prêmio e cria a bonificação por resultados (uma das principais alterações). O método já é usado em algumas secretarias.

O modelo prevê o pagamento de bônus aos servidores de órgãos públicos e autarquias que avancem na carreira entre um ano e outro. “Para quem votou a favor desse projeto, nós vamos assistir uma verdadeira caça às bruxas dentro de todo o nosso serviço público, em detrimento a meia dúzia de pessoas escolhidas pelo nosso Governador do Estado que não tem a menor ideia do que é acordar cedo todos os dias e trabalhar na situação dessas pessoas”, concluiu Valéria.

Redação

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do SeuJornal, não significa que foi escrita por um deles, na maioria dos casos, foi apenas editada.
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